Jamais por ti . 25042006

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Passaram oito meses
E continuas a mesma.
Já me lembro porque te pensava tanto.
No fundo creio nunca o ter esquecido.
Porém percebo agora que sempre me enganei.
Ou talvez sempre tenha tido esta enorme falha.

Uma falha tal que podia atravessar oceanos
E afogá-los na sua penumbra
E profundidade invisíveis.

Uma falha que atrai sempre o incorrecto
Que me veste sempre de preto
E que me esconde a face por detrás do cabelo longo sempre que saio à rua.

Sabia o que me esperava quando te dei a mão de novo.
Posso agora concluir que terei, talvez, um indubitável gosto em sofrer.
Por permitir que aqueles que amo me destruam lentamente
Sem que eu reaja ou o impeça.

Assim o fizeste e eu o permiti.
Magoa-me saber que o fazes por gosto
E que tiras enorme prazer disso pois ris-te
E insistes em enganar-me, em provar-me que estou errado.

Hoje a falha fechar-se-á.
Hoje a falha será corrigida.
Esquecer-te-ei certa e completamente.

Serei outro. Arrancarei da minha pele mais um espinho
E o sangue que escorrer será meu
E apenas por mim obedecerá à física que faz o mundo girar.

E não por ti.
Jamais por ti voltará a escorrer.

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Pedro Alves